Microscopia na Histologia: Tipos, Métodos e Detalhes

Tópicos do Artigo:

  1. Introdução
  2. Microscopia de Luz
    • Resolução
  3. Microscopia de Contraste de Fase
  4. Microscopia Confocal
  5. Microscopia de Fluorescência
  6. Microscopia Eletrônica de Transmissão
  7. Microscopia Eletrônica de Varredura

Introdução 

A microscopia é uma ferramenta fundamental na histologia, permitindo a visualização e análise de estruturas celulares e teciduais em detalhes que seriam impossíveis a olho nu. Com o avanço das técnicas microscópicas, diferentes métodos foram desenvolvidos para atender às necessidades específicas de pesquisa e diagnóstico. Neste artigo, exploraremos os principais tipos de microscopia utilizados na histologia, como a microscopia de luz, a microscopia de contraste de fase, a microscopia confocal e a microscopia de fluorescência. Cada uma dessas técnicas oferece vantagens únicas, desde a simplicidade e acessibilidade da microscopia de luz até a alta resolução e capacidade de análise tridimensional da microscopia confocal. Descubra como essas ferramentas revolucionaram o estudo histológico e suas aplicações práticas na ciência e na medicina.

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Microscopia de Luz

No microscópio de luz, também conhecido como microscópio óptico, as amostras previamente coradas são analisadas por meio de uma iluminação que passa diretamente através do espécime (técnica chamada de transiluminação). O sistema óptico desse equipamento é composto por três conjuntos de lentes: o condensador, as objetivas e as oculares. O condensador tem a função de focalizar a luz emitida por uma fonte luminosa, direcionando um feixe de luz sobre a amostra. As objetivas, por sua vez, captam a luz que atravessou o espécime e produzem uma imagem ampliada, que é direcionada para as oculares. Estas realizam uma segunda ampliação, projetando a imagem final na retina do observador, em uma tela, em uma câmera ou em um sensor eletrônico. Quando a imagem é visualizada diretamente na retina, a ampliação total é obtida multiplicando-se o aumento proporcionado pela objetiva pelo aumento da ocular.

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Resolução

O principal objetivo ao utilizar um microscópio é obter uma imagem ampliada e rica em detalhes. O fator mais importante para alcançar esse resultado é o poder de resolução, que pode ser definido como a menor distância entre dois pontos ou linhas que ainda permite distingui-los como elementos separados. No caso do microscópio de luz, também conhecido como microscópio óptico, o limite máximo de resolução é de aproximadamente 0,2 μm. Essa capacidade permite a obtenção de imagens nítidas e detalhadas com ampliações de até 1.000 a 1.500 vezes.

Estruturas menores ou mais finas que 0,2 μm, como a membrana celular ou filamentos de actina, não podem ser visualizadas de forma clara com esse tipo de microscópio. Da mesma forma, dois objetos próximos, como duas mitocôndrias ou dois lisossomos, serão percebidos como um único elemento se estiverem separados por uma distância inferior a 0,2 μm. Portanto, o que define a qualidade e a riqueza de detalhes de uma imagem é o limite de resolução do sistema óptico, e não simplesmente o aumento proporcionado pelo equipamento. O aumento só é útil quando acompanhado de uma boa resolução. A resolução, por sua vez, depende principalmente da qualidade da objetiva, já que a função da lente ocular é apenas ampliar a imagem já projetada pela objetiva.

Microscopia de Contraste de Fase

O microscópio de contraste de fase utiliza um conjunto de lentes especiais que permite a visualização de objetos quase transparentes, transformando diferenças sutis em imagens nítidas. Nessa técnica, a luz que atravessa a amostra sofre desvios devido às variações no índice de refração, gerando contrastes que destacam as estruturas internas do material analisado. Outro método empregado para observar células ou cortes de tecidos sem a necessidade de coloração é a microscopia de contraste diferencial, também conhecida como microscopia de Nomarski. Essa técnica cria uma ilusão de tridimensionalidade nas imagens, que são sempre representadas em preto, branco e tons de cinza.

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Microscopia Confocal

A imagem observada em um microscópio convencional muitas vezes apresenta a sobreposição de múltiplos planos de corte, o que pode dificultar a análise de estruturas específicas. Para solucionar esse problema, foi desenvolvido o microscópio confocal, que permite focar em um plano extremamente fino da amostra. Esse tipo de microscopia possui duas características fundamentais:

  • A amostra é iluminada por um feixe de luz extremamente fino.  
  • A imagem captada deve passar por um orifício minúsculo antes de ser registrada.  

A fonte de iluminação utilizada é um laser, que emite um ponto de luz muito pequeno. Para analisar uma área maior, o feixe de laser é movido (ou “varrido”) sobre a amostra. Além disso, a estrutura de interesse na amostra precisa ser marcada com uma molécula fluorescente. Quando o laser incide sobre essa molécula, a luz refletida é capturada por um detector, e o sinal é amplificado eletronicamente para ser visualizado em um monitor.

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Microscopia de Fluorescência

Quando certas substâncias são expostas a luz com um comprimento de onda específico, elas emitem luz com um comprimento de onda maior. Esse efeito é conhecido como fluorescência. Na microscopia de fluorescência, as amostras são iluminadas por uma lâmpada de mercúrio de alta pressão. Filtros especiais são utilizados para selecionar o comprimento de onda da luz que atinge o espécime, bem como da luz emitida por ele. Dessa forma, as substâncias fluorescentes aparecem como estruturas brilhantes e coloridas, destacando-se claramente durante a observação.

Microscopia Eletrônica de Transmissão

O microscópio eletrônico de transmissão (MET) é um equipamento projetado para gerar imagens com resolução extremamente alta. Embora, teoricamente, sua capacidade de resolução seja muito elevada, na prática, a maioria dos instrumentos de qualidade alcança uma resolução em torno de 3 nm. Isso permite a visualização de amostras ampliadas até aproximadamente 400 mil vezes, com um nível de detalhamento impressionante. A estrutura do MET é bastante semelhante à de um microscópio óptico, embora o feixe de elétrons percorra o trajeto de cima para baixo. Nas imagens geradas por esse microscópio, as regiões escuras são chamadas de elétron-densas, enquanto as áreas claras são denominadas elétron-lucentes ou elétron-transparentes.

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Microscopia Eletrônica de Varredura

Já o microscópio eletrônico de varredura (MEV) produz imagens que simulam três dimensões, permitindo a análise detalhada das superfícies de células, tecidos e órgãos. Diferente do MET, no MEV o feixe de elétrons, extremamente fino, é direcionado para varrer a superfície da amostra, sem atravessá-la. Os elétrons refletidos são capturados por um detector e processados por amplificadores e outros dispositivos eletrônicos, gerando um sinal que resulta em uma imagem em preto e branco. Essa imagem pode ser visualizada em um monitor, armazenada ou fotografada, proporcionando uma impressão tridimensional da amostra.

Referências Bibliográficas

  1. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Basic Histology: Text & Atlas. New York; London: McGraw-Hill, 2005.
  2. O que é um microscópio óptico e para que serve? Disponível em: https://www.lojaroster.com.br/blog/microscopio-optico-para-que-serve/.
  3. AITON. Microscopio de Luz: Tipos, Precios, características – Materiales para laboratorio. Disponível em: https://www.materialdelaboratorio.top/microscopio-de-luz/. Acesso em: 11 mar. 2025.
  4. LASTRAS, P. Microscopio de contraste de fase | Cursos de Medicina Natural. Disponível em: https://cursos-de-medicina-natural.com/microscopio-contraste-fase/. Acesso em: 11 mar. 2025.
  5. Microscopia de Fluorescência Confocal. Disponível em: https://fcfrp.usp.br/pt/pesquisa-extensao/pesquisa/centrais-multiusuarios/microscopia/. Acesso em: 11 mar. 2025.
  6. O que é Microscopia Eletrônica de Varredura – Planeta Biologia. Disponível em: https://planetabiologia.com/microscopia-eletronica-de-varredura/.

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